Na manhã do dia 17 de outubro, no Campus Bagé da Unipampa, foi realizada a abertura da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Pampa (SNCTPAMPA). A primeira atividade do evento foi uma apresentação musical dos músicos Igor Grüger, Zaida Valentim e Luis Borges, do curso de licenciatura do campus.
Na sequência da programação, tivemos a participação da Técnica-Administrativa em Educação (TAE) Ketleen Grala, que nos proporcionou uma apresentação enriquecedora sobre a Árvore Lunar da Missão Apolo XIV. Trata-se de uma muda de sequoia que carrega um significado histórico e científico extraordinário, pois é originada de sementes levadas à Lua durante a missão da NASA em 1971.
Grala destacou o simbolismo profundo dessa árvore, que transcende sua essência botânica ao representar a união entre a ciência espacial e a biodiversidade terrestre. Em sua fala, ela explorou as características notáveis da sequoia, como sua incrível longevidade e resistência, atributos que a tornam um dos seres vivos mais impressionantes do planeta.
Além disso, Ketleen compartilhou os detalhes do processo que da doação dessa Árvore Lunar à Universidade Federal do Pampa (Unipampa), evidenciando o privilégio de integrar um legado científico de alcance global ao patrimônio da instituição. No final da manhã do dia 17, foi plantada na universidade, alinhando-se ao tema de preservação e sustentabilidade dos biomas brasileiros.
Dando continuidade à programação da manhã, contamos também com a participação do engenheiro Ricardo A. Saravia, representante da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que ministrou a palestra intitulada “Bioma Pampa: O Mais Devastado e Incompreendido do Brasil”. Com sua vasta experiência e profundo conhecimento, Saravia trouxe à tona questões críticas enfrentadas pelo Bioma Pampa, um ecossistema singular que, apesar de sua relevância, está entre os mais ameaçados e negligenciado.
Ao longo de sua apresentação, Ricardo abordou os principais desafios que têm acelerado a degradação do Pampa. Entre eles, destacou o desmatamento desenfreado e o manejo inadequado do solo para práticas agropecuárias, atividades que, embora economicamente relevantes, têm causado danos irreversíveis à biodiversidade e à funcionalidade ecológica do bioma. Ele enfatizou como a perda de áreas nativas está comprometendo a riqueza de espécies que habitam a região, muitas das quais são endêmicas e dependem da preservação do ambiente para sobreviver.
Encerrando sua fala, o engenheiro deixou uma mensagem clara e inspiradora sobre a necessidade de adotar medidas urgentes para reverter esse cenário. Entre as soluções apontadas, destacou a promoção de uma gestão sustentável do território, o estímulo a práticas agropecuárias que respeitem a dinâmica ecológica e a implementação de políticas públicas que valorizem a preservação do bioma. Saravia ainda incentivou os presentes a se tornarem agentes de mudança, reforçando que a proteção do Pampa não é apenas uma responsabilidade local, mas um compromisso com o futuro ambiental do Brasil.
Dando continuidade à nossa manhã, tivemos a presença de Laura J. Meneses, representante do Centro Regional de Professores del Norte (CeRP del Norte), que ministrou a palestra intitulada “Educação Ambiental: Uma Ferramenta Essencial para a Conservação do Bioma Pampa”. Meneses destacou a relevância ecológica do Bioma Pampa, um ecossistema que transcende fronteiras ao abranger territórios do Brasil, Uruguai e Argentina, e que se encontra sob intensa ameaça devido à exploração predatória para monoculturas e pecuária extensiva.
Durante sua apresentação, Laura trouxe à tona as características únicas da vegetação e da fauna do Pampa, enfatizando a singularidade desse bioma que abriga uma biodiversidade rica e complexa, essencial para o equilíbrio ambiental. Entretanto, ela alertou para a alarmante perda de biodiversidade que vem comprometendo a integridade ecológica da região, resultado direto de práticas insustentáveis e da falta de conscientização sobre sua importância.
Meneses enfatizou a Educação Ambiental como uma ferramenta crucial para reverter esse quadro, defendendo que a conscientização e o engajamento da sociedade são pilares indispensáveis para a preservação do Pampa. Em sua visão, a Educação Ambiental não apenas sensibiliza, mas também empodera comunidades a adotarem práticas sustentáveis, promovendo o uso responsável dos recursos naturais e incentivando ações que assegurem a convivência harmônica entre desenvolvimento e conservação.
Com sua palestra, Laura deixou claro que a preservação do Bioma Pampa exige não apenas ações imediatas, mas também um compromisso contínuo com a formação de uma sociedade mais consciente e comprometida com a sustentabilidade. Sua fala reforçou a importância de alianças entre nações, instituições e indivíduos para proteger esse patrimônio natural, essencial para o equilíbrio ecológico da América do Sul.